terça-feira, 8 de novembro de 2011

Principal aliado pede que Berlusconi renuncie ao cargo de premiê da Itália

 


O líder da Liga Norte, Umberto Bossi, disse nesta terça-feira (6) que o premiê da Itália, Silvio Berlusconi, deveria renunciar.
"Nós pedimos ao primeiro-ministro para renunciar", Bossi disse a jornalistas em frente ao Parlamento, antes de sessão decisiva para a continuidade do governo nesta terça.
Ele se encontrou com Berlusconi na noite de segunda.

Bossi sugeriu que Angelino Alfano, secretário-geral do governista Partido da Liberdade e considerado o herdeiro político de Berlusconi, deveria assumir o governo.
Boatos sobre a possível renúncia de Berlusconi crescem desde a semana passada, em meio à desconfiança de que seu governo não conseguiriam sobreviver à votação sobre Orçamento nesta terça.
Os principais partidos de oposição disseram que vão abster-se na votação.
Isso significa que a provisão para aprovar as contas públicas do ano passado provavelmente será aprovada.
Mas, para a oposição, a votação deve evidenciar a fraqueza da bancada de apoio a Berlusconi.
Na segunda, o contestado premiê de centro-direita, envolvido em vários escândalos, garantiu que não iria renunciar.
No fim de semana, ele havia dito que ainda tem apoio parlamentar para governar.
Os mercados financeiros reagem com instabilidade à incerteza política no país, em meio à crise da Zona do Euro.
Se Berlusconi renunciar ou perder um voto de confiança, cabe ao presidente do país, Giorgio Napolitano, decidir se convoca eleições antecipadas ou se nomeia um novo governo. Um nome bastante citado para liderar um governo técnico é o de Mario Monti.
A oposição de centro-esquerda tenta há tempos derrubar Berlusconi, envolvido em escândalos sexuais e processos criminais. A oposição também acusa o premiê de ter prioridades legislativas diretamente ligadas a seus interesses empresariais, em detrimento das necessidades do país.
No entanto, a oposição não conseguiu "emplacar" um líder forte, com um bom programa, para apresentar como opção a Berlusconi.
O medo é que a Itália não consiga cumprir os pagamentos de seus débitos, de cerca de US$ 2,6 trilhões, e precise de ajuda internacional. A Europa teme que um programa de auxílio desta magnitude possa quebrar a Eurozona e arrastar consigo a economia global.
Na reunião de cúpula do G20, na semana passada, Berlusconi pediu ao FMI que monitore as reformas econômicas do país.